As energias dos Atabaques

Os atabaques são um dos principais pontos de atração de vibrações de um terreiro. A energia do Orixá/Entidade chamado é captada pelos assentamentos e direcionada para o Zelador onde é concentrada e depois lançada para os atabaques onde é distribuída para os médiuns da corrente.
O responsável pelos atabaques são médiuns escolhidos no terreiro que conheçam os ritmos aplicados para cada linha dentro da Umbanda.

É importante frisar que na Umbanda o nome dado ao percusionista de atabaque é TABAQUEIRO. O "título" de OGÃ e ALAGBÊ sómente se aplica aquele que foi iniciado através dos rituais de feitura de santo do Keto, Angola, Omoloco, Jeje, e etc..

Os atabaques devem ser tratados com o máximo de respeito e nenhuma pessoa desautorizada deverá tocá-los, o que poderia colocar em risco o equilíbrio da gira e a faixa mediúnica dos médiuns da corrente.Sómente os tabaqueiros cujas mãos foram consagradas pelo guia-chefe ou preparados pelo Babalorixá através das diversas iniciações e preparações é que podem comandar os trabalhos.

É importante observar que o toque (volume) dos atabaques nunca deve exceder as vozes da corrente. Quando o atabaque excede a corrente se desorganiza e o médium perde a concentração, atrapalhando o desenvolvimento dos médiuns e o bom andamento do trabalho.
È absolutamente desnecessário "surrar" o couro, uma vez que este elemento é usado somente para induzir o ritmo dos pontos cantados. Com a junção do atabaque e a corrente cantando vibrante os pontos cantados os trabalhos terão o apoio dos guias de luz de Umbanda. Estes é que são os responsáveis pela vibração do terreiro.

O tabaqueiro, ao tocar, aguça sua captação de energias, recebe uma certa carga de vibrações que se infiltra nos seu plano espiritual iniciando, depois, um ciclo que terá término em suas mãos.
Com a produção de energia, através do toque no couro, o tabaqueiro fará a mistura com as vibrações das entidades e as vibrações naturais dos médiuns, a sua energia e a dos Guias irão circular na corrente mediúnica.

Percebe-se que tanto a presença física dos atabaques quanto a dos tabaqueiros é de suma importância para a atração e distribuição das energias dentro da gira. Assim, concluímos que através dos discos ou aparelhos eletrônicos jamais teremos os resultados esperados. É melhor que se trabalhe somente com preces e concentração para obter-se maior eficiência caso não haja possibilidade de haver uma pessoa preparada comandando os cânticos e toques.

Com essas energias combinadas ao toque e ao canto temos um instrumento de contato com as diversas dimensões do poder espiritual. Com os atabaques devidamente preparados podemos então trabalhar com os Orixás e Guias-Protetores. É ele o mensageiro entre nós e o mundo espiritual. As mensagens vão para outras dimensões através dos "toques".

A confecção dos atabaques

São formados por partes distintas:

O atabaque tem sua afirmação feita por cordas e tranças e cintas metálicas. Instrumentos confeccionados com materiais sintéticos não tem fundamento. O som pode ser mais forte mas não existirão energias captadas e distribuídas.

Deve-se deixar o couro por 24 horas de molho, só depois poderá ser utilizado. A parte de madeiramento é geralmente comprada em lojas especializadas. Pode-se lixar a madeira. Pintar e envernizar para evitar cupim.
As cintas metálicas devem ser pintadas para evitar ferrugem.
O preparo espiritual dos atabaques cabe particularmente a cada terreiro.

Antes do início dos trabalhos os tabaqueiros devem pedir permissão a Oxalá, ao Orixá regente do terreiro ou Guia-Chefe. No final dos trabalhos deve-se agradecer e depois cobrir os atabaques com um pano branco ou de acordo com o costume de seu terreiro.