Ponto São Sebastião

Encanto Nagô

Ciência Oculta da Umbanda e do Omolocô

Ano I Edição nº 3 Outubro/2016

Ponto Caboclo Sete Flechas

Uma publicação do Templo de Umbanda São Sebastião Caboclo Sete Flechas da Jurema UMBANDA DA NATUREZA

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Ori

Ori

O ori é uma divindade que tem o objetivo de servir apenas a uma pessoa à qual está ligado por força do poder de Olódùmarê. Os Òrisá não tem esta eficiência porque são muitas pessoas a quem têm que dar apoio e proteção. Esse poder de individualidade proporciona a condição de que tudo que não for desejo do orí de uma pessoa, nenhuma outra divindade poderá retificá-lo. Portanto, enquanto os orisá são os intermediários entre os homens e Olòdúmarê, o orí é o intermediário entre o homem e o seus òrísá.

Essa visão é reconhecida através do entendimento do orí como o mestre do homem, confirmado através da expressão:

Orí lo ndá eni Orí é o criador do ser

Esi ondaye Antes do mundo existir

Todas os aspectos da experiência humana são predestinados pela escolha que alguém faz do orí. As tradições revelm que, após a modelagem de cada futura pessoa por Órìsàálá, é convocado Àjálá com a tarefa de fornecer o orí; cada ancestral cede as substâncias necessárias para aperfeiçoar a forma das cabeças. Essas substâncias são denominadas òkè ìpònrí, que passam a acompanhar a pessoa todo o tempo de sua existência e merecedoras de respeito e culto.

Mas nem sempre Àjálá acerta na construção das cabeças , ou muitas vezes os seres humanos não recorrem a Àjálá para fazer suas cabeças e ficam com cabeças ruins.

A interpretação para este fato refere-se ao produto final que é o homem, que terá uma tarefa árdua e bem complicada para enfrentar quando chegar a Terra. Em razão disto Òlódùmarè ordena sempre a Òrúnmìlà para ensinar os seres humanos a restabelecerem o ponto de equilíbrio necessário em suas cabeças. Assim nasceram os ritos de borí e feituras de santo, sempre determinados por Òrúnmìlà através dos sistemas divinatórios. Um homem com a cabeça bem feita será bem sucedio em todas as diligências da vida. Daí dizer-se:

Àjàlà álamo ti mo ori l’órun mó o temi’re o

Ajala modelador da cabeça do céu, molde uma boa cabeça para mim